11.19.2007

Reminder:

Soft in the seams
Pry for the willing
As I embrace the keen

11.06.2007

Duas notícias absurdas. A primeira é que em Guayanazes a galera tá vendendo Kinder Ovo recheado com bala de revólver. A segunda é que no Largo da Batata tem camelô que aluga armas para rápidos assaltos...

Puta que me paranhas.

10.19.2007

Better up than down

Pisses me off
Play it up
To turn me on
Then get me down

As I get on
I sense it down
To be doffed aside
Unable to lie by

Bitter enough
Won’t know better
Bitter again
Would be better

10.17.2007

Vou anotar aqui duas bandas que descobri recentemente para não esquecer: The Loved Ones, Latterman e The Swellers.

Como é bacana ouvir um som e poder cantar junto.

A música The Odds, do Loved Ones, é muito boa. Pronta para entrar em qualquer seleção de mix tape.

Latterman tem um vocal furioso estilo Hot Water Music. Boa pra caralho.

Swellers é pra mostrar que o punk rock estilo NUFAN, NOFX, Lagwagon, etc etc, não desapareceu das guitarras, baixos e baterias da molecada.

10.15.2007

Falar palavrão é bom pra caralho.

"Um palavrão quando soa como força de expressão ele é bonito. Ele é feio quando falado fora de hora. Eu sou assim".

Essa é uma frase do presidente Lula, em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada no final de semana.

10.13.2007

Eu não sou fã bizarro de quadrinhos. Gosto de um ou outro super-herói. Já li Spirit, X-Men, Homen-Aranha, Batman, Sandman, Preacher, The Originals, etc etc. Sou fã do Batman. De todos, é o único que não tem superpoderes, não nasceu em outra galáxia, e, tampouco, é um mutante com força sobre-humana.

Não, o Batman é um cara puto da vida porque os pais foram assassinados num assalto. A raiva do episódio o transformou numa máquina de combate ao crime, viabilizada por seus “brinquedinhos” tecnológicos, não por poderes bizarros, frutos, somente, da imaginação ridícula de um nerd roteirista de quadrinhos.

Mas esse post, na verdade, não é para falar da minha predileção pelo Batman, mas para dizer que uma vez escrevi uma música chamada “Supermouse”, que tinha pouco mais de trinta segundos, e saiu numa coletânea de 101 bandas pela Oba Records, disponível somente em catálogo.

A letra falava sobre a vontade de me tornar Super-Homem para voar em direção à Felizlândia porque era complicado encarar a vida de maneira madura e responsável. Enfim, a velha e conhecida síndrome de Peter Pan antes do tempo. Mas esse tempo se foi e a responsabilidade veio, parida com dor, a fórceps de uma buceta apertada que não tava pronta para virar mãe e pai simultaneamente.

Enfim, a responsabilidade veio madura de uma hora para outra e cresceu em meio a uma ressaca filha da puta de vinho argentino barato. É uma responsabilidade ranzinza, reclamona, daquelas que espanta todo mundo de casa a chutes e palavrões.

Mas não sou mal-humorado, pelo contrário, levo tudo na esportiva e tento não encanar com nada. A única coisa que me deixa triste e fulo da vida é quando decepciono alguém que deveria apenas levar alegria e satisfação.

Ao contrário do que possa parecer esse post, não me considero igual ao Batman. Isso seria, simplesmente, ridículo. A comparação com algo irreal desenhada e burocrática seria reflexo de uma imbecilidade imponderável.

Esse é um post para falar de muitas coisas e não falar de absolutamente nada. Ser superficial e profundo ao mesmo tempo. Como Einstein disse uma vez: “Imagination is more important than knowledge”. E tenho dito.

PS: A série Batman dos anos 1960 não é considerada uma versão do herói. É uma obra pastel (pela cor e conteúdo), descaracterizada, que traz um ícone homo-gay. E em nada reflete o gastado vigilante que vê a raiva crescer a cada adversário derrubado.

10.11.2007

Repente

Suddenly I long for repent
As I long for your lips
To chase on my kiss
As I chase up your scent

A constant image on my mind
Surging away from this site
Fuzzy feelings felt in fever
As ruptured bulwark on weaver

It is you
Water marked sure
For me you were sent
So I’m dashed on repent

10.09.2007

Eu gosto de Fórmula 1. E gosto de ir ao autódromo assistir corrida de carro. Pensando na fome com a vontade de comer. Decidi que gostaria de trabalhar no GP, que decidirá o campeonato deste ano, marcado para o final de semana dos dias 20 e 21 de outubro.

A Prefeitura de São Paulo abriu 250 vagas para trabalho peão no Autódromo de Interlagos, distribuídas da seguinte forma: segurança (80 vagas), auxiliar de limpeza (150 vagas) e encarregado de limpeza (20 vagas).

Pelos pré-requisitos impostos pela Secretaria Municipal de Trabalho, sou qualificado apenas para auxiliar de limpeza. Eles dizem, inclusive, que conhecimentos de inglês se destacarão na hora da seleção. Estou topando. Ganho uma grana e assisto ao GP de graça. Fantástico.

O problema é que eu estou em Brasília e a seleção ocorre somente amanhã, quarta-feira (10), em dois postos do Centro de Apoio ao Trabalhador, nos seguintes endereços: Liberdade - Rua Galvão Bueno, 782- e Interlagos - Avenida Interlagos, 6.122.

Alguém se habilita em passar por mim nessa fila e tentar ganhar o "emprego" para mim?

PS: É preciso levar carteira profissional, RG, certificado de escolaridade e currículo. Quem quiser acessar meu currículo basta ir ao seguinte endereço eletrônico: http://lattes.cnpq.br/8077793736393178

10.07.2007

Poesia musical. É possível?

Wow and I say Wow

I want things and I want them now
Always broke I can't see how
I can stop this poorness ball
No fun at all

Give me money give me gold
It brings me happiness I'm told
I need experience in being rich and need it now
I need everything

I say wow..wow..wow and I say wow
Give me everything
I say wow..wow..wow and I say wow
Give me everything

Lots of money in the stock exchange
All of it outside my range
This fact really pisses me off
I could use a lot of stu

10.04.2007

Eu gosto de treta. Nessa eu estava protegendo a Cauzinha, minha patroa.

10.01.2007

Indignação fuleira

Hoje a Folha publicou um artigo do Luciano Huck sobre a violência em São Paulo. Ele verbalizou toda sua indignação por ter sido assaltado à mão armada. Dois meliantes levaram um rolex que estava no seu pulso; presente de aniversário da esposa.

No artigo, ele deixa implicito que este foi seu primeiro assalto. Ele tem 36 anos. Eu digo que bom. Teve sorte. Eu já fui assaltado 35298891203 vezes. Já botaram um .38 na minha barriga num ônibus lotado indo pro Mackenzie por causa de um relógio... não era um rolex, era um timex. Já levaram dinheiro, outro relógio, bonés diversos...

O Luciano Huck deveria estar sentindo-se aliviado de ter passado por esse estresse só uma vez. Cansei, peidei? No Brasil do Rolex, ele deveria sentir que participou da verdadeira distribuição de renda num país pobre e não sair ai dizendo que "isso não está certo".
Eu sou jornalista. Trabalho no Palácio do Planalto fazendo a corbertura diária do G1, o site da TV Globo. Minhas atribuições são ficar atento aos passos do presidente da República, da chefe da Casa Civil, do ministro das Relações Institucionais, da Secretaria Geral e do Ministério das Relações Exteriores. Sou o que o jargão da cobertura de Brasília chama de "setorista do Palácio". Como fico fora da redação ou fora do "escritório", meus colegas de trabalho são profissionais de outros veículos (Globo, Folha, Estadão, Radiobras, Agência Leia, Record, SBT, Bandeirantes, CBN, Terra, etc etc).
O mais engraçado é que o ambiente, com cerca de 20 jornalistas, é dominado por gaúcho. É impressionante. Os três principais jornais (Globo, Folha e Estadão) têm "setoristas" gaúchos, aliás gaúchas. Existem apenas dois paulistas, eu e o outro repórter do Globo (o jornal carioca é o único que engessa dois jornalistas aqui no Planalto). O restante é de outros estados (Santa Catarina, Rio de Janeiro, etc). Candangos e goianos são ampla minoria.
Aqui se ouve sotaque de tudo quanto é lugar.

9.26.2007


Muitas vezes não tenho o que postar. Fico olhando, olhando na Internet e não acho nada que seja interessante suficiente para comentar. Visitei uns blogs sobre novas mídias e tecnologia. Diversos assuntos abordados: a rede e a importância de criar links entre a comunidade de blogs. O investimento de empresas em sites que servem de plataformas para blogs. O relevante papel dos blogs independentes. O desafio de sites como http://www.pownce.com/ e http://www.digg.com/ de atingir públicos não geek. O quanto movimenta a blogsfera e as companhias dotcom. Etc etc.
Eu fico me perguntando quão pioneiros os Estados Unidos são na matéria de investimentos, uso e difusão de conteúdo, mecanismos e ferramenta via Internet. Para o usuário brasileiro, existem dois mundos na Internet, o produzido em inglês e o em português. O conteúdo em inglês é extremamente rico, amplo e de fácil consulta. Em português, é exatamente o oposto.
Para dar um exemplo besta: Se você quiser detalhes rápidos da vida de Jean Paul Marat, excluindo as informações do Wikipedia, não se encontra nenhum site relevante produzido no Brasil sobre o revolucionário. Em inglês, abre-se um mundo de informação. Só posso constatar que o Brasil está longe de criar as bases de uma nova economia baseada no mundo virtual.

9.21.2007

Fato (e o Cássio pode comprovar): Quanto mais velho, mais idiota fico. E idiota não no sentido de cuzão, mas no de bocó, tonto, criança, etc...

Por exemplo, só de olhar para essa foto aí eu me cago de rir. Só de assinar o GB com o heterônimo do Cássio, me cago de rir. É, eu sou um idiota. HA HA HA.

9.11.2007

Está na Mônica Bergamo desta terça-feira:

NA MIRA
Assim como o banco Itaú, a Universidade Mackenzie quer manter seu logotipo em letras garrafais na cidade depois da Lei Cidade Limpa. A instituição recorreu à comissão que analisa casos que serão excluídos das novas regras para manter o círculo vermelho, com a letra "M" no meio, que fica na rua da Consolação. "O símbolo fica na cobertura, coisa que a gente está execrando. E me parece que não obedece os critérios para ficar lá, como ter mais de dez anos, boa qualidade gráfica e ser referência na região", diz Regina Monteiro, presidente da comissão. O Mackenzie não se manifesta sobre o tema.


Eu sou favorável a manter o M na Consolação. O Mackenzie tem status de instituição brasileira. Claro, por um único motivo: foi a escola que me abrigou durante o colegial. Rock on!

9.03.2007

Esse sou eu, segundo o Google:

tiago is situated in macau's prestigious residential area at the tip of the macau peninsula
tiago is neither a spaniard nor a mestizo
tiago is situated in the center of the town it is surrounded by the alentejan plains
tiago is one of the most skilled drivers in fukenricen
tiago is a very welcome addition to the city's portfolio
tiago is situated in the center of the town
tiago is considered the unofficial patron of cocheros and jockeys
tiago is an outstanding soccer player
tiago is not only a hero to us
tiago is suspended after collecting a second booking
tiago is particularly worth a visit and our clients are made especially welcome
tiago is an exclusive 24 bedroom converted fortress dating back to 1740
tiago is in boston
tiago is a perfect reflection of sporting elegance which is an integral part of his lifestyle
tiago is a decent young midfielder
tiago is brazilian from porto alegre as well and we had studied together since 1st grade
tiago is a brazilian
tiago is flying back to portugal tomorrow for a tv show that is kind of like a talent show but better and he's going to play the guitar
tiago is a little bit like going back in time
tiago is recognized as the most charming spot in macau
tiago is one of the best we have at disguise and infiltration
tiago is seen wearing an n'sync shirt
tiago is going to drive in a car race or something
tiago is a very talented and skillful player
tiago is the president of flec
tiago is back

Tirando a parte de Macau, de Porto Alegre, usando a camiseta do N'Sync e aparecendo num show de TV de Portugal. Acho que a definição é correta, sou, de fato, um fabuloso jogador de futebol. Sou um ótimo agente infiltrado para operações secretas. Eu gostaria de voltar no tempo. Sou um meio-campo jovem e decente. Sou um baita piloto. E sou um herói, oras bolas.

PS: Esse sou eu em Pirenópolis (GO) num momento de refrescância antes de um almoção do sucesso com a patroa.

8.21.2007

A Newsweek publicou nesta semana fotografias de Jonathan Torgovnik que retratou mulheres que deram à luz a crianças frutos do estupro durante a guerra civil de Ruanda, que ocorreu há mais de 10 anos.

Em cada foto, a mulher aparece ao lado do filho. Mulher porque nenhuma delas sente-se mãe. Abaixo das fotografias segue uma frase. Elas mostram um horror inimaginável.

Josiane Ruyange - "Tenho 27 anos. O genocídio começou quando eu tinha 15. Eu fui estuprada e como resultado tive um filho. Eu não odeio meu filho. Eu também não o amo. Mas eu acho que me sinto confortável ao lado dele. Eu sei que falhei como mãe por causa da pobreza. Às vezes olho a minha situação e vejo pessoas que mantiveram as suas famílias. Eu lamento não ter morrido no genocídio".

Annasalie Mukabayizera - "Após seis meses eu achei que estava grávida. Foi quando eu queria ter morrido. Eu pensei em me matar. Daí, eu pensei em ter o filho e matá-lo logo depois do nascimento. Mas quando eu dei a luz, vi que meu filho era tão lindo que eu passei a amá-lo imediatamente. Depois de um tempo, descobri que nós dois somos HIV positivos. Não há nada de ruim no mundo que nós não sabemos o que é".

Claudin Mukakalisa - "Vou ser honesta. Nunca amei esta criança. Quando eu lembro o que o pai dela fez comigo, eu penso que a única vingança seria matar essa criança. Eu não fiz isso. Ainda bem que eu não fiz isso. Eu me forcei a amá-la. Mas é impossível amar essa criança".

Aline Uwinbabazi - "Eu dei à luz, mas não amo essa criança. Sempre foi um problema. A filha da minha irmã morreu, mas a minha sobreviveu. Mais tarde descobri que tenho Aids. Minha irmã e mãe também têm Aids. Hoje eu tenho um desafio. Ser mãe quando não quero ser mãe. Eu não amo essa criança. Toda vez que eu olho para ela, eu lembro de cenas do estupro. Eu tento porque eu sei que ela é inocente. Eu tento amá-la, mas não consigo".
Claudine Mukamurenzi - "O mundo nos rejeitou quando estávamos tendo problemas. Eu ficaria feliz se o mundo nos ajudasse a levar justiça para todas as pessoas que nos causaram mal. Todas as vítimas de estupro, como eu, tornaram-se mãe sem estar preparadas para isso. O mundo, ao menos, poderia nos ajudar a cuidar dessas crianças".

Há um único testemunho um pouco positivos:
Verena Uwingabira - "Eu não sei quantos homens me estupraram. Só sei que depois de quatro meses, descobri que estava grávida. Eu fiquei tão mal que tentei me matar duas vezes. Mas uma voz dentro de mim me dizia: 'Olha, você não sabe porque você sobreviveu. Deve ter alguma razão para você ter sobrevivido.' Eu juntei coragem e dei à luz a uma criança que se parece comigo. Essa é a fonte da minha felicidade".

8.14.2007

Gosto de músicas que te faz pensar. Gosto ainda mais quando a música que te faz pensar é de uma banda que você gosta. Essa música abaixo, "Dopeman", me faz pensar. When the decision comes down what would you do? Ainda bem não tive que passar por essa experiência, nem de perto, nem de longe. A minha decisão foi fácil. Estudar para construir uma carreira honesta. Ponto. Mas e se a minha realidade fosse diferente. What would I do? E você faria o que? A foto aí do lado é uma cena cotidiana da cracolândia, em São Paulo.

Less Than Jake - Dopeman

Dopeman dopeman's got another big plan
to sell it to you or anyone he can
because this is much better than minimum wage
no matter how things work he's still gonna get paid
think about it for a minute more -it's either work at McDonalds or the corner store

a quick money fix from a deal or 2
when a decision comes down
what would you do?

you take - take a welfare state
or a dopeman's fate
and keep the cycle spinnin' round

dopeman dopeman's got the upperhand
people wanna get as much as they can
because those reasons they'll always stay the same
and for some people it's the only way to stay sane
and think about it for a minute more -a life of crime or hangin' round the liquor store

a quick drug fix to get you through
when the decision comes down
what would you do?

8.09.2007


Pare* e pense. Tenho um leve sentimento de decepção. Ele surgiu e cresceu. Não foi hoje. Nem ontem. Nem anteontem. Mas não faz um ano. Nem um mês. Talvez algumas semanas. Não sei bem.


O texto telegráfico é interessante. Ele mostra um pensamento continuo. Sem fluxo. Porém retilíneo. Coeso, conciso e limitado. Diz tudo em parágrafos. Não impõe vírgulas. Nem apostos. Não precisa de explicação. Ele é auto-explicativo.


Eu, diferente, da telegrafia, sou prolixo e impreciso. Falo muito para explicar poucas ações. Penso em profusão. Não tenho sentido nenhum. O sentido vem em sentenças longas. Muitas vezes incorretas. Expostas em solavancos.


Essa introdução imobiliária, hipotecária, bancária e em rede, é só para preparar uma reflexão um pouco exaustiva. Uma reflexão sobre amizades e sobre distância e sobre crescimento e sobre amadurecimento e sobre família e sobre parceria.


Tenho sensações diversas quando descubro por telefone, e-mail, blog, mensagem de texto, voz ou dados que algo está diferente nas pessoas, na família, nos amigos que conheço, que cresci junto, mas que hoje crescem separadas. Fico triste ao saber que um casou ou que um reatou um namoro ou que um trocou de emprego ou que está brigado com alguém ou que está decepcionado/feliz com alguma coisa. Fico triste não por inveja ou por sadismo. Fico triste porque não pude estar lá para participar desse evento/emoção/reação. Simples assim. Fico triste ao saber que cada vez mais eu sei menos sobre meus amigos e sobre a minha família.


Antes eu tinha relatos cotidianos sobre o que se passava com todos eles. Hoje, está bem mais difícil. Sei apenas das grandes decisões, dos grandes eventos, das grandes avalanches. Nada de rotina. Nada de nada. E sei também que eles sabem cada vez menos das várias coisas que acontecem na minha vida. Não sabem sobre como é a minha relação no trabalho, como é idiossincrática e bela a vida com a minha namorada. Jamais saberão que no final de semana briguei com um flanelinha qualquer porque outro flanelinha qualquer amassou deliberadamente meu carro.


Enfim, queria estar mais presente. Mas diante da decisão de crescer longe resta manter-me atento à todas as grandes reflexões/eventos/emoções que acometem a todos. E continuar ligado no telefone, e-mail, blog, mensagem de texto, voz ou dados.



*Para ler essa mensagem é preciso sincronizá-la com a versão de Country Roads, feita por Me First and the Gimme Gimmes

7.30.2007

Alguém se arrisca em chutar qual parte de SP essa foto reproduz?

7.29.2007

Abaixo seguem cinco músicas e discos que escutei nessa última semana.

Músicas:

Triple Trouble, Beastie Boys
Campfire Kansas, The Get Up Kids
Sinking, Rehasher
The Science of Selling Yourself Short, Less Than Jake
Mi Confession, Gotan Project

Discos:

Let’s Talk About Feelings, Lagwagon
On a Wire, The Get Up Kids
The Mix Up, Beastie Boys
Here’s to Shutting Up, Superchunk
Living in Darkness, Agent Orange

7.24.2007

Hoje fui trabalhar ouvindo uma canção maneiríssima que me deixa muito contente e animado para a labuta: "Campfire Kansas".

A música descreve uma viagem de bote inflável rio abaixo. Um cenário bucólico com árvores, passarinhos, o sol aquecendo uma brisa levemente gelada e as estrelas adornando o cenário.

Sempre que ouço essa música tenho duas recordações, a primeira diz respeito aos contos de Hemingway sobre as aventuras de Nick Adams pescando e caçando em alguma parte de Michigan. A segunda é uma história de Charlie Brown sobre um dia num acampamento. A turma disputa uma corrida de canoas, tem que se virar para fazer um fogo no meio da floresta, passa frio, calor, apuros, mas se diverte como nunca. O filme se chama "Run For Your Life, Charlie Brown", lançado em 1977. Eu queria me divertir como o Snoopy no desenho abaixo.

Campfire Kansas, The Get Up Kids

woke up at eight, started the fire
had a few drinks, we all felt inspired
jumped in the stream, our shoes and canteens
the water was bitter cold

laid in the raft till it started moving
the current just sang, the song was so soothing
we stopped along the way
on a beach in the sun on a beautiful day
our boats collide, we'd feel the breeze
we'd stay afloat and make the most of everything
by noon we had swung the ropes in the woods
missed all danger, snakes and the floods
burnt by the rays and next to our legs, the water so bitter cold
lunch had been saved along with the lighters
wet cigarettes serve us as reminders
never trust a man with the food, change of clothes, and a drink in his hand

our boats collide, we'd feel the breeze
we'd stay afloat and make the most of everything

the sun would set, the stars would shine
the trees would shake, we'd all feel fine
let's take the moon and make it shine for everyone
we laughed away the sunburn
as we laughed away the day
what we lost means nothing
for the memories will stay

caught the last bus with no time to linger
driver seemed to be missing a finger
i turned and looked away to the bus, gravel road and a beautiful day

our boats collide, we'd feel the breeze
we'd stay afloat and make the most of everything

the sun will set, the stars would shine
the trees would shake, we'd all feel fine
let's take the moon and make it shine for everyone
let's take the moon and make it shine for everyone

7.19.2007

Segundo dia do acidente da TAM

Especificações do Airbus 320

Envergadura 34,1m
Cumprimento 37,6m
Altura 11,8m
Assentos 166
Peso bruto 67.000kg
Velocidade máxima 840km/h(M0.77)
Altitude máxima 11.900m
Capacidade de vôo 2.380km
Distância para decolagem 1.650 m
Distância para pouso 1.550 m
Tanque de combustível 6.300 U.S.G.
Horsepower do motor 11,340kg x 2

7.18.2007

Dia seguinte ao acidente aéreo da TAM, em Congonhas. Eu tenho certo receio de viajar de avião. Fico apreensivo e um tanto nervoso. Os sintomas são redução da respiração, sudorização e aumento da freqüência cardíaca, ou seja, clássicos do nervosismo. Em Brasília, somos obrigados a voar frequentemente. Alguns colegas que tinham passagem marcada para São Paulo, justamente em Congonhas, estão trocando para Guarulhos. Eu fico me questionando se a saída seria justamente jogar a toalha e não voar nunca mais. Eu também recorro ao seguinte senso comum: se a solução para não se envolver em acidente é não utilizar mais o meio de locomoção, eu deveria desistir de dirigir, de andar de ônibus ou eventualmente navio. Isso é simplesmente ridículo. Se eu desistir de me locomover rapidamente ou em velocidade normal de um ponto A a um ponto B, eu simplesmente deveria desistir de viver ou trabalhar. Não é um acidente como esse ou como o da Gol em setembro do ano passado que me fará desistir de voar (obviamente, isso não quer dizer que estarei mais ou menos nervoso quando entrar num avião, aliás, provavelmente estarei mais).

O meu medo é que a rotina acomodada nos leve a aceitar a situação como normal, que é o que já acontece com o transporte rodoviário, e contentar-se com explicações de que a pista de Congonhas estava inacabada, que algum equipamento do Airbus 320 falhou ou que o piloto errou ao tomar alguma decisão no momento crucial. Acidentes desse tipo são inaceitáveis. Dois acidentes aéreos com um intervalo de cerca de 10 meses é inaceitável. A situação da aviação aérea beira o caos. Os problemas vão desde a malha aérea até a busca excessiva ou descontrolada por dinheiro e riqueza pelas companhias aéreas. A administração pública em todos os três níveis devem fazer uma ampla checagem em todos os aeroportos do país, na aparelhagem do controle aéreo e se disponibilizar a tomar medidas polêmicas e impopulares como: redução dos números de vôos, restrição do uso de Congonhas e Santos Dumont e inspeção de qualidade nas empresas aéreas.

Hoje fiquei sem vontade de escrever sobre música.

7.09.2007

What do you wonder about when you're wandering alone with diffuse street lighting? Eisner é foda!

7.08.2007


Arctic Monkeys, Interpol, The Killers, Bloc Party, Hard-Fi, Maximo Park, Muse, Razorlight, Snow Patrol, Arcade Fire, The Fratellis, The Libertines, The Strokes, The Raconteurs, The Subways, We are Scientists, Kings of Leon, Bright Eyes, Built to Spill. Essas são algumas das bandinhas cultuadas pelo meio indie internacional vidrado na crítica musical do eixo Londres-NY. Em alguns momentos mais introspectivos, eu me pergunto se não deveria ter um ouvido mais "antenado" com as tendências, afinal o último disco* que baixei na Internet foi "Resolve", do Lagwagon, banda que escuto desde 1995 (mais ou menos).

Fico me perguntando o que de tão bom as pessoas ouvem no disco Neon Bible, do Arcade Fire, ou porque a molecada do Macacos Árticos são tão inovadores. Então, resolvi ceder, resolvi dar o braço a torcer. Primeiro li as críticas dos últimos discos das duas bandas. Em palavras, elas parecem fantásticas, inovadoras, desafiadoras, afinal o que de ruim poderia ter uma banda de rock orquestrado de Montreal, Canadá? Fiquei empolgadíssimo. Pensei: "Essa banda vai revolucionar minha vida. Vai ser o Beastie Boys dos anos 2000. Vou ser um novo homem".

Fui para o tudo ou nada. Baixei o disco inteiro. Mas como estava demais ansioso, não consegui esperar o disco inteiro estar disponível no meu computador. Logo coloquei para tocar a primeira música que terminou de puxar: "Black Mirror". Meio estranho... Veio a segunda: "Bad Vibrations". Estou prestes a desistir, mas como diz o ditado popular, a gente só passa a gostar de sarapatel depois da terceira garfada. Então, insisti: "Ocean of Noise". 10 segundos, 35 segundos, 1 minuto e sete segundos, 1 minuto e nove segundos... parei. É impossível ouvir esse som. O vocalista parece constipado, parece aflito para acabar logo a gravação e poder ir ao banheiro aliviar o caminho do intestino. Horroso. Arcade Fire é resultado de um casamento entre Enya e Genesis. Inaudível.

Com o trauma causado por esse rock orquestrado chatíssimo, desisti de baixar as músicas e fui a um site que vende CDs, para ouvir só os teasers. Fui atrás de The Killers, Bloc Party e Interpol. The Killers tem uma música conhecida, legalzinho, Bloc Party é só isso e... Interpol? Não vale a pena. Esse rock indie alternativo mitificado pelos "entendidos" da crítica musical é só uma maneira, renovada, de vender quase-rock tudo igual. Expoente dessa tendência, White Strips a sintetiza: é rock sem baixo, rock sem peso, rock n roll estruturado, organizado. Essa coisa alternativa é horrorosa, quase sonífera. A capa do disco do Hellacopters, reproduzida aí em cima, resume o sentimento.

Enfim, até escrever sobre elas é exaustivo. Por isso, vou parar por aqui. Não sei porquê depois de um Agent Orange, fiquei com vontade de ouvir "I Hate Music", do Replacements.

*o último disco que baixei, de fato, não foi Resolve, do Lagwagon, mas Lunatico, do The Gotan Project, que é de uma nova tendência musical. Ok, esse projeto tango revisitado está na lista de músicas dos iPods dessa galera alternativazinha. Tá no meu iPod também. Mas, em minha defesa... Ah foda-se Gotan Project é legal pra caralho e o rap de Mi Confession é bom demais.

7.06.2007


MCA deu uma entrevista para a Folha hoje. Entre outras coisas, ele diz que as bases das músicas de "The Mix Up" foram concebidas para ter vocais por cima. Como já disse aí embaixo, uma das faixas, "Off the Grid", caberia perfeitamente a voz estridente do Adrock, como em Sabotage. A entrevista tem partes que valem a pena outras não. A crítica é ridícula. Até porque quem leu a minha resenha, está muito mais informado sobre "The Plan".

Quem não teve oportunidade de ler a matéria, segue ela aí embaixo:

"
Garotos tangerina
Trio Beastie Boys deixa o rap e faz CD instrumental influenciado por Mutantes e pelo suco de mexerica de um boteco do Rio

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA

Nada de samples, toca-discos ou baterias eletrônicas. E, principalmente, nada de rap. Assim é "The Mix-Up", novo disco do Beastie Boys, que surpreende os fãs com um álbum instrumental do início ao fim.

Não bastasse a inusitada falta de rimas, "The Mix-Up" tem um algo a mais para os brasileiros. Uma das músicas se chama "Suco de Tangerina"-frutinha que está retratada também na capa do CD.Marcada por riffs de guitarra e reverberações de dub, "Suco de Tangerina" ganhou este nome após o trio experimentar o tal refresco em uma lanchonete carioca durante sua passagem pelo Brasil, no ano passado.

A iguaria já havia sido exaltada por eles durante a apresentação no Tim Festival, mas há outros mistérios por trás da faixa do que só a fruta: "Essa música é dedicada à Brigitte Bardot e Jorge Ben", falou Adam "MCA" Yauch à Folha."Quando estávamos no Rio, fomos a um lugar chamado "BB Lanches" [casa de sucos em Ipanema], que fazia uns lanches enormes", lembra MCA. "Descobrimos que o lugar se chamava "BB" porque Brigitte Bardot costumava almoçar lá quando estava na cidade. E descobrimos também que ela teve um "affair" com Jorge Ben! Então, "Suco de Tangerina" foi feita para Bardot e Jorge Ben."

A empolgação com a "descoberta" foi tanta que, segundo MCA, eles pensaram até em batizar o disco de "BB Lanches", idéia abandonada posteriormente -mas que não seria nada mal..."The Mix-Up" (leia crítica na pág. E2) traz outras referências nacionais que vão além da gastronomia. A composição "14th St. Break", por exemplo, tem uma pegada de bateria que lembra a percussão do samba."Ouvimos muita música brasileira", confirma MCA. "Há alguma influência de samba, mas o que mais escutamos foi bossa nova e canções antigas, lentas. E, claro, há a psicodelia dos Mutantes", diz ele.

Quando começou a gravar, há cerca de um ano, o trio não tinha a intenção de fazer um CD instrumental, afirma MCA."Nosso último lançamento, "To the 5 Boroughs" [2004] era totalmente hip hop, com samples, programações, seqüenciadores, sintetizadores, baterias eletrônicas", detalha. "Nesse, a primeira coisa que começamos a registrar foram os instrumentos. Queríamos fazer um mix entre eles e os beats.

"No estúdio, os três rappers, Mike D (bateria), MCA (baixo) e Adam "Ad Rock" Horovitz (bateria), juntaram-se ao quarto Beastie Boys, o tecladista Mark Nishita, o Money Mark, e ao percussionista Alfredo Ortiz -ambos colaboradores de longa data-, iniciando sessões de improvisação marcadas por climas psicodélicos, rock e dub."A idéia era gravar as bases instrumentais e, depois, colocar os vocais", recorda MCA. "Mas, quando começamos a retrabalhar as músicas, achamos que elas estavam muito boas e decidimos terminar o disco sem as vozes."

Sétimo trabalho de estúdio da banda -que tem ainda uma leva de EPs, singles etc.-, "The Mix-Up" não é o primeiro disco instrumental do Beastie Boys. Em 1996, eles lançaram "The in Sound from Way Out!", coletânea que reunia faixas sem vocais retiradas dos álbuns "Check Your Head" (1992) e "Ill Communication" (1994).

Espírito retrô
Por trás de "The Mix-Up", no entanto, há um conceito que MCA define como "a falta de regras" e o "uso de equipamentos que marcaram os anos 70 e início dos 80". Assim, a maior parte das faixas foi feita ao vivo, em jam sessions, e, as interferências, resumem-se a "overdubs" (trechos de gravações incluídos após a música pronta).A sonoridade, diz ele, tem influências dos já citados Mutantes, além do dub de Lee Perry e King Tubby, e de bandas como The Clash, The Specials, Silver Apes e Can, entre outros.E eles voltarão a rimar? "Claro", garante MCA. "Finalmente colocamos esse álbum instrumental para fora de nossas cabeças. Voltaremos às rimas."
"

7.02.2007


Tá. Estou sem palavras. Mas esse desenho é bem bacana.

6.27.2007


Depois de um post triste, uma explicação que serve para todo e qualquer zé ruela que tem blog. Eita Vida Besta!

Eu jamais entendo, nunca me esforcei a entender, apesar de tentar ver com os olhos de outrem no momento derradeiro, segundos antes da decisão racional. O instante final, quando se levanta a última vontade contra a própria vida, é irracional. Sem chances de ouvir uma palavra de alento, sem horizonte e perto do fim.

Centenas de bandas já escreveram sobre o tema. Samiam compôs "Dull"; Nofx, "Doornails"; Pennywise, "Bro Hymn"; Lagwagon, "Sad Astronaut".

Eu me pergunto se todo mundo já cogitou realmente, alguma vez na vida, não querer mais estar por aqui.

Sad Astronaut, Lagwagon
As you sat on the bed
Moments from your end
Inconceivable dread
Inches from your head
I can’t bear to imagine you
In that horror scene
One too sad to be
In my mind's eye
I am there
Embracing you so scared
Now you kill me too
You killed me too

Decidedly willing to lie for you
Absolutely willing to cry for you
Ill at ease in saying goodbye to you
A part of me will never know

I am there, again, intervals of red
An accomplice to
Things I couldn't do
In a fable disabled

I say words like foolish son
God what have you done
I'm a thin blue cliché, hopelessly
I'm a mouthful of doubtful

Decidedly willing to lie for you
Say again
Willing to cry for you
Finally saying goodbye to you

A part of you I'll never know
Looking through the spyglass in a punctured sky
While your garden died
You couldn't see the sky for your fallen stars
Endless in your arms
You were still alive even as the sad astronaut

6.25.2007

Em alguns momentos, poucos não muitos, gostaria de ser a pessoa mais truculenta do mundo. Como na música: "Eu prefiro me sentar, simplesmente fumar cigarros e ser aquele com a boca mais barulhenta e ter mente mais fechada do mundo". O problema é que não fumo.

Tango porteño
Recomendo a banda Gotan Project. São 10 pessoas no palco: programador eletrônico, quarteto de cordas, piano de cauda, violão e acordeon. Fantástico. Eles tocaram em bsb no domingo.

Explicação para o grupo que mistura tango com eletrônica: "We really wanted to explore both tango and folkloric music from Argentina a lot further than we had before," says parisian Philippe Cohen Solal . "That's why many of the tracks are really classically tango-orientated, very traditional patterns that people like (Anibal) Troilo would use."

No último disco, eles exploraram a mistura do tango com rap. Dois MCs buenarense foram chamados para a tarefa. Na apresentação de Brasília, os dois foram incorporados ao grupo através de telões. A combinação foi primorosa.

A banda tem três albuns Lunático (2006); Inspiración-Espiración (2004) e La Revancha del Tango (2001). São belíssimos.

6.18.2007

Vale a pena conferir:

http://www.dominiopublico.gov.br


É um site mantido pela Secretaria de Educação à Distância, do Ministério da Educação. Lá pode-se encontrar todas as obras em português de domínio público, além de Shakespeare em português e inglês, Júlio Verne em francês e inglês, Julio Cesar em latim, Honoré de Balzac em inglês e francês. É um acervo enorme que inclui ainda músicas eruditas, fotografias e pinturas.

Apesar dos boatos que circulam na Internet, o site não será desativado, como garantiu a assessoria da SED.

6.12.2007

The Mix Up: A mistura da continuidade

O novo disco dos Beastie Boys a ser lançado em 26 de junho, “The Mix Up”, com a promessa de inovação, combina surpreendente com o “déjà vu”.

O álbum começa com conversas quase inaudíveis entre Mike D, Adrock, o percursionista Alfredo Ortiz e alguém chamado Tom. Mike D solicita o início da gravação. Adrock pede a Ortiz estabelecer o tempo da música, que responde: “I feel naked, brother”.

A primeira faixa “B for my Name” não tem nada de novo. E muito por conta do teclado de MoneyMark. Inspirada no acid jazz de Jimmy Smith, ela sobre, até a exaustão, da mesmice. Se Mark Nishita cansa a igualdade na primeira, na segunda “14th St. Break” começa a aparecer alguma inovação. A guitarra de Adrock tem uma frase suave e “catchy” lembrando, talvez, James Brown em início de carreira.

O cool funk entra solto em “Suco de Tangerina”, homenagem ao Brasil, “Electric Worm”, “Freak Hijiki” e “The Melee". A primeira é uma música alegre para levantar o espírito de um final de tarde de sexta-feira. A segunda abaixa o volume, pára para pensar e prepara o ritmo novamente agitado com “Freak Hijiki”. “The Melee” chega ao auge, numa mescla adequada de tangerina com limão.

As músicas mais esquisitas do disco são “The Gala Event” e “Dramastically Different”. Ambas são sombrias. Na primeira, a guitarra é cheia de efeito. MoneyMark lança algumas notas pontuais. “The Gala Event” parece trilha sonora de algum episódio maluco de Perdidos no Espaço com terno Armani de US$ 2.000. A segunda está toda funkeada é como se os Beastie Boys estivessem tocando num barzinho do subúrbio de Nova Délhi. A guitarra está tão precisa que lembra uma cítara.

As melhores músicas do disco são “Off the Grid” e “Rat Cage”, justamente as duas que ganharam versões em vídeos, que foram feitos por MCA. Ambas são carregadas pelo baixo de Adam Yauch, no melhor estilo “Stand Together”, de “Check Your Head”. “Off the Grid” abusa de tão boa. Começa tranqüila, com um solinho limpo de guitarra. Dá até para se pensar num vocal agressivo estilo “Sabotage”. Vozes cairiam como uma luva em “Off the Grid”. “Rat Cage” começa com o baixo mal tocado e “trastejando”, jargão musical para o som metálico que sai das cordas. Parece que MCA não conseguiu tirar corretamente os harmônicos do instrumento. O proposital não funcionou, a impressão de um “lazy bass” sobressai-se na música. Se eles tentaram inovar e fazer um rock sem saber explicar foi nessas duas faixas.

“Cousin of Death” flerta com esquisitice e rock n roll. O baixo bem distorcido dança com o órgão. A guitarra é ardida e está escondida para não tirar as ondas do baixo. Se os ouvidos são exigentes, “The Mix Up” vale somente por essas três músicas.

O disco acaba com “The Kangaroo Rat”, a seqüência de “Cousin of Death”. Tem um começo óbvio, lembra “Shambala”, de “Ill Communication”, mas acaba por ganhar um ritmo mais acelerado. Infelizmente, ela fica perto de deslanchar e pára por aí.
O que se pode concluir é que Mike D conseguiu expandir seu conhecimento quadrado da bateria (talvez por conta da ajuda de Ortiz na percussão). Adrock sabe como ninguém usar o efeito “wah wah”. MCA é o responsável por carregar todas as músicas com o baixo. Mark Nishita poderia ter tentado ousar. Beira a mesmice.

Backstage
O trio nova-iorquino conseguiu extrapolar os limites da música escorando-se pelo seguinte tripé: talento, inovação e marketing. São pioneiros pelos seguintes fatores:

1) Com origem no punk rock, eram brancos a fazer hip hop;
2) Compuseram um disco (Paul’s Boutique) com bases inteiramente sampleadas, algo que hoje seria um projeto inviável pelo custo de direitos autorais;
3) Com Paul’s Boutique não atingiram as mesmas vendas astronômicas do primeiro álbum (Licensed to Ill), mesmo assim resolveram compor um álbum (Check Your Head) meclando faixas de rap, hardcore e instrumentais funkeadas-jazzísticas. Voltaram ao topo.
4) Organizaram cinco edições de um festival de conscientização para situação do Tibet: o Tibetan Freedom Concert. Na quarta edição, os shows ocorreram no mesmo 13 de junho em Amsterdam, Chicago/Wisconsin, Sydney, Tokyo
5) Lançaram em 2006 uma vídeo experimentação de um show em Nova York. O filme “Awesome I fucking shot that”, feito com a participação de 50 câmeras distribuídas pela platéia, recebeu prêmios.
Esses cinco pontos reforçam os quesitos talento e inovação do grupo. E foi graças a esse envolvimento e aos processos de public awareness que o grupo foi ganhando experiência no marketing. Logo depois de lançar o último álbum “To the 5 Boroughs”, anunciaram que retornariam às origens do rock e lançariam novamente um disco inteiramente instrumental, diferente e mais pesado do que já foi feito com “Check Your Head” e “Ill Communication” (1994). Isso instigou a curiosidade de fãs ao redor do mundo.

Em março e abril, os dois meses escolhidos para o trio realizar o media label do novo disco, frase de Mike D que grudou em todos os cantos foi: “É um disco diferente, não consigo descrevê-lo”.

“The Mix Up” “vazou”, numa ação meticulosa do trio, quase um mês antes da data oficial de lançamento 26 de junho. O resultado é um disco recheado pelo instrumentalismo inovador e atrevido dos Beastie Boys. Tem tudo para ser mais um disco aclamado. Mas esqueça de procurar com afinco as diferenças. It’s just another beastie plan!

6.06.2007

Só um teaser. Acabei, neste exato momento, precisamente às 16h17 desta quarta-feira, 6 de junho, de ouvir as 12 faixas do novo disco dos Beastie Boys, The Mix Up. Está diferente. O disco está mais pesado, mas a sensação é que está mantido o espírito das outras músicas instrumentais que eles gravaram em Check Your Head (1992) e Ill Communication (1994), compiladas no The In Sound From The Way Out (1995).

De fato, ficou a frustração de não ouvir vocais. Mas algo se destaca e chama a atenção dos ouvidos: uma continuidade entre o final de uma faixa e o começo da próxima. Isso, porém, vou deixar para explorar numa resenha elaborada que planejo postar sobre o disco.

PS: A Internet é fantástica. O disco só será lançado oficialmente em 26 de junho.

5.29.2007

Eu tenho um sério problema em tomar decisões que afetam minha vida no longo prazo. Até agora, como diz um amigo meu, a minha vida foi resultado da própria inércia, ou seja, não precisei analisar com cautela e detalhe a decisão que tomaria. Elas foram vindo, foram vindo, mudei para Brasília, deixei de morar sozinho, fui morar com quatro camaradas, troquei de emprego, fiquei puto, troquei de emprego novamente, mudei de casa, passei a morar com três camaradas. Mas, agora, a partir do ano que vem, as coisas não serão tão mais no automático e já estou antecipando sentimentos. Se já foi difícil me envolver em 24 parcelas para pagar meu carro, essa próxima decisão será ainda mais árdua. Enfim, já fui seis anos para trás. Que tal seis anos para frente?

Diálogo:
- I have this feeling inside that i wouldn't like me if i met me.
- It seems like a losing fight.
- If you can see thru my eyes then you'd believe me. The truth is that i'm overrated, I can't think straight I'm formulaic, the truth is that it's sad to say it, but you can't help me.
- I don't see you that way, I hear the words that you say, I just tell you that your heart's in the right place. It's the world that's confused and it's never too late to save a hopeless case.
- I've always known a ghost like me, can disappear in a moment, i'm my own worst casualty, everything i touch can get broken, the truth is that i'm self-destructive, i'm insecure, i'm out of focus, the truth is that i've had enough but you still help me.
- I don't see you that way, I hear the words that you say, I just tell you that your heart's in the right place. It's the world that's confused and it's never too late to save a hopeless case.
-You're giving me perspective, it's better than mine, and i'll still be defective and you're wasting your time.

5.24.2007

Balada da hora

patota reunida, é um dia especial
na casa do jesus, às duas da manhã
chama todo mundo, até os primos do alan
chegou o pessoal, todo mundo empolgado
rolando o som no talo aquele hardcore irado
e só pra quem não foi, que azar que você tem
balada como essa não vai ter ano que vem!

balada... da hora

a noite vai passando, seis horas da madruga
tomou banho de breja? balada,
se enxuga ninguém desanimando,
a galera não é fraquinha
todo mundo sossegado cantando na cozinha
se não tem o que fazer, relaxa não faz mal
chama o strike e puxa um coro de natal
vamo sair lá fora, galera tá descalça
é hora de rolar uma olimpíada sem calça!

balada... sem calça balada... da hora

5.23.2007

Full of myself when I was so full of shit

Tava sem fazer nada e resolvi remexer nos arquivos do GB. Encontrei mensagens de 12 de junho de 2001. Alguém se lembra da data, além do fato de ser dia dos namorados? A discussão, que envolvia todo mundo, era sobre a encheção de saco da Sofia. O climax foi um bate-boca entre eu e o Léo.

Eu fiz um texto arrogante para defender o direito da guriazinha se expressar e condenar todos os que a atacavam. O Léo me criticou por entender que eu demonstrei certo grau de hipocrisia, afinal, eu falava algo e escrevia outra.

Depois de seis anos (áfe) da treta, lendo com calma e sem paixão. Li meus textos enchendo meus olhos da soberba nojenta e injusta que pesaram nas minhas palavras. Impressionante. Eu sempre achei injusto quando as pessoas falavam que, em determinados momentos, eu era arrongante além da conta, mas lendo essa discussão percebi que exerci a arrogância ao extremo e pra caralho.

Acho que melhorei, mas ainda recorro à soberba, sobretudo quando me auto-elogio. Isso deve ser realmente chato. Eu imagino quão chato e presunçoso sou.

A tensão termina com um comentário do Cássio que segue abaixo:

"eu tinha escrito uma mensagem enorme sobre as ultimas mensagens do tiago e do léo, mas achei melhor não escrever aqui. vou me limitar a dizer que não acho nenhum dos dois hipócrita. vocês dois sabem o que acham um do outro, o que concordam e discordam sobre suas personalidades. vocês não são melhores amigos e nunca disseram que eram, nem agiram como tal. vocês se relacionam um com o outro conforme a liberdade que se dão, vcs são amigos até onde querem ser amigos um do outro. e é isso aí. posso estar fazendo uma puta burrada de me meter, mas vcs dois são importantes pra caralho na minha vida e eu não curto esse clima que tá rolando. a meu ver, é bem simples, vcs dois não são super-hiper-compatíveis, têm seus pontos em comum e suas discordâncias. pronto. repetindo, posso estar fazendo besteira de me intrometer, mas juro que só quis ajudar. desculpem aí vcs 2 se eu falei bosta. de verdade. té+ eu"

Tudo isso pra dizer que seis anos se passaram... Acho que acabei de fazer um mea culpa.

5.16.2007

Ontem, os Beastie Boys disponibilizaram um vídeo/ensaio de "The Grid", uma das músicas do novo álbum "The Mix-Up". Como prometido e antecipado, ela soa diferente (mas não muito) de todas as instrumentais já gravadas por eles. A música começa "grooveada" com os teclados de MoneyMark e uma linha de baixo marcada, nada diferente das diversas músicas de "In Sound From the Way Out" (lembrando, inclusive, Ricky's Theme). A música começa a ganhar corpo com a bateria, uma linha de baixo estilo baladinha Red Hot Chilli Peppers e, sobretudo, com a guitarra limpa, sem o tradicional efeito wah-wah que o AdRock adora usar.

A música é milimétrica. Tem um minuto de introdução e um minuto de um groove-jazz de ambiente. É quando uma parada e uma virada solo na bateria de Mike D entram para marcar a diferença. A guitarra rápida não fica completamente distorcida; são notas bem agudas com um flanger sutil que carregam as ondas sonoras. O peso da música, como é de praxe nos Beastie Boys, é dado pelo baixo. Não chega a ser um rock n roll mas é definitivamente mais pesado, como um encontro entre"Sabotage" e "Groove Holmes". Por alguns segundos parece "The Strokes"...

Ou seja "The Grid" nasce de mais um experimento dos Bboys. A música sintetiza o que "The Mix-Up" vem para ser: um álbum instrumental experimentalmente mais pesado no melhor estilo laboratorial dos Beastie Boys.

É claro que, apesar de uma boa composição, é frustrante não vir acompanhada de vocais, de letras bem rimadas e um rap agitado. De fato, fica um gosto de "quero mais" o mesmo que surgiu quando "Hello Nasty", de 1998, trouxe apenas hip hop, uma bossa/mpb em inglês e nada de instrumental grooveado, nem hardcore, que davam o sabor adicional de "Check Your Head", de 1992, e "Ill Communication", de 1994.

Ou seja, mal posso esperar por 26 de junho, data oficial para o lançamento de "The Mix-Up".

Abaixo segue a lista das 12 músicas do disco.

1. B For My Name
2. 14th St. Break
3. Suco De Tangerina
4. The Gala Event
5. Electric Worm
6. Freaky Hijiki
7. Off The Grid
8. The Rat Cage
9. The Melee
10. Dramastically Different
11. The Cousin Of Death
12. The Kangaroo Rat

PS: No site oficial (www.beastieboys.com), além de uma série de informações sobre as gravações é possível ouvir previews das 12 faixas. Fantástico.

5.05.2007

Como estou no assunto resenhas musicais. Vou fazer uma crítica da crítica. Ontem li duas análises do último disco do Lifetime, lançado em 6 de fevereiro deste ano pouco menos de 10 anos depois Jersey's Best Dancer.

Fiquei incomodado com ambas exaltarem o fato de a banda ter conseguido "agradar" os fãs por não ter inovado em nada. O disco, segundo dizem os autores, é a sequência do anterior, que poderia ter sido lançado no ano seguinte. Não faria qualquer diferença. Não parece que se passaram dez anos, tampouco que é um disco de "reunião".

"It's almost ridiculous how tight, undeniably catchy and compelling the Lifetime crew sounds ten years, some marriages, and a Ph.D. after the fact", escreve Corey Apar, do site Allmusic.

As críticas caminham através da exaltação e escondem que Lifetime, o disco, como sequência é mediocre. Nem muito bom, nem muito ruim. É um disco de hardcore que poderia ter sido composto por qualquer uma das bandas que estava em alta no cenário de 1997, ano de lançamento de Jersey's Best Dancer.

O ponto positivo é que Ari Katz e grupo não se renderam aos ventos emo que cansaram os ouvidos de qualquer "moleque" de 16 anos. A banda foi genuína, mas passou longe do genial Hello Bastards. É isso: o reunion album Lifetime é só a sequência. Nem parece que o álbum trocou...

5.04.2007

A crítica nacional de música é bem pouco difundida. De fato existem apenas dois que fazem com algum interesse análise de música no Brasil, Álvaro Pereira Júnior (Folha e TV Globo) e Lúcio Ribeiro (iG). O problema é que fazem uma crítica setorizada que se baseia no modo inglês de escrever sobre música. Exaltam apenas um estilo musical, uma única maneira de fazer rock n roll, endeusam os novos artistas, rotulam de novidades releituras e dificilmente recorrem à história da música para fortalecer suas críticas. Entre os dois prefiro o Álvaro. Seus textos são mais sóbrios, sem extensos adjetivos e pouca exaltação groupie de bandas, como é o caso do Lúcio Ribeiro.

O problema é que ambos baseiam-se em bandas que fazem o line-up do Coachella para ouvir, comparar e analisar o mercado fonográfico internacional e alternativo, com o olho inglês da história. Arcade Fire, Fratellis, Arctic Monkeys, Kaiser Chiefs e afins são as favoritas. Fato é que festivais de grande porte nos Estados Unidos não rendem lucros se o headliner não for grandes bandas como Red Hot Chilli Peppers, a reunião do Rage Against the Machine e a Bjork (em menor escala). O Coachella não é alternativo, não é indie. O Coachella é mainstream com máscara indie porque a América, sobretudo a indústria fonográfica, sabe muito bem criar simulacros para vender ídolos os cools indies!

4.25.2007

Hoje publiquei matéria sobre a turnê do Less than Jake no Brasil com uma entrevista com o Roger, baixista e vocalista da banda. Como não usei grande parte do material da entrevista, vou postá-la aqui em forma pingue-pongue. A entrevista foi feita pelo telefone. Eu, em Brasília, o Roger, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

E aí, Roger, tudo bem?
Tudo. Estou um pouco cansado, dormi muito pouco.

Chegou no Brasil hoje?
Sim, hoje de manhã. Vim ontem de noite da Florida.

Qual é a expectativa de tocar no Brasil pela primeira vez?
Parece demais. Nós nunca tivemos oportunidade de vir pro Brasil. Nunca ninguém nos chamava para vir. Estávamos procurando alguém para vir porque a gente sempre toca na Inglaterra, no Japão e nunca no Brasil. Todo mundo que a gente conversava falava que era demais. A gente só estava esperando o nosso tempo chegar.

Antes de começarmos a entrevista, gostaria de saber como você aprendeu a falar português?
Eu nasci nos Estados Unidos, mas os meus pais são de Porto Alegre. Nasci falando português. Eu estou sem prática e às vezes fica difícil falar e entender, mas toda minha vida falo português.

E como você entrou para o Less than Jake?
Eu entrei na Universidade da Florida, que fica em Gainesville, para estudar e eu conheci o Chris (Demakes, guitarrista). Ele tinha uma bandinha, e eu tocava guitarra. Ele me convidou para fazer um barulhinho. Comecei a tocar na mesma semana. Foi quando o Chris me disse: “Não estamos afim do baixista, você vai comprar um baixo e entrar para a banda”. Eu disse: “Vou tentar”. E começamos a tocar bastante, em clubs por toda a Florida. Depois começamos a viajar. Em, 1995 quando eu sai do colégio (faculdade) fizemos os primeiros contratos de disco fizemos o “going on tour”.

Você chegou a se formar na Universidade?
Não cheguei nem perto.

E qual curso você estudou?
Química, mas trocar pelo baixo foi a escolha melhor.

E como você acha que os brasileiros vão reagir ao show do Less than Jake?
Eu conversei com os amigos do Nofx e eles disseram que o Brasil é uma loucura, todo mundo é feliz. Acho que vai ser legal, nós tenta ter comprometimento com o público e sabemos que eles vão deixar os problemas em casa. Vai encaixar o jeito nosso com as pessoas, para nós tentar se divertir.

Vocês prepararam alguma coisa específica para os fãs brasileiros?
Especifica não. Eu estava pensando em cantar em português, para dar idéia de que eu sei falar português.

E o set list do show vai ser baseado em qual álbum?
Vai ser misturado. Não vai ser só do disco mais novo, não, vai ter mistura. Tem mais de 130 sons que sabemos tocar.

Como no show que vai ser feito em Londres em setembro desse ano?
Esse show dos seis discos a gente já fez na Flórida. Levou uma semana para a gente ensaiar tudo. Tinha aqueles letras que faz anos que a gente não tocava e nem se lembrava mais. Agora temos 130 sons ensaiados. E está bem gozado, agora a gente lembra de tudo, podemos tocar qualquer coisa. Eu agora sinto que bateu a realidade, que estamos juntos há 15 anos. Tudo isso aconteceu.

E como você recebeu a história da Kerrang de colocar o Hello Rockview na lista dos discos mais importantes da história do punk rock?
A Kerrang sempre tratou muito bem a gente.Os shows que a gente faz na Inglaterra são sensacionais e isso não aconteceu para nós em casa. Nós não estamos nessa lista nos Estaod Unidos. Não é considerado uma banda desse tamanho, o Less than Jake, em casa. A Inglaterra é legal. Lá, eles nunca tocaram tanto a gente nas rádios, não houve um forte trabalho de media label, como nos Estados Unidos. Então, quando vamos para lá parece que é uma banda nova e temos a oportunidade de aparecer bastante.

E como você compararia a sua expectativa sobre os brasileiros, quer dizer, eles vão ser mais parecidos com os americanos ou com os ingleses?
Como o público inglês e no Japão. Vai ser uma sensação de loucura, o pessoal lá é acelerado e tá sentindo a música. A turma vai dançar bem, também.

E o que seus amigos que já tocaram aqui disseram do Brasil?
Das gurias. Eu conversei também com o Bad Religion que é uma baita banda. A maioria dos amigos, ficam de boca aberta que a gente vai tocar no Brasil, quer dizer, o Brasil é tão enorme.

Você conhece alguma banda brasileira?
Não conheço, estou por fora das músicas de hoje. Estou escutando punk de 10 anos atrás.

Qual é o disco do Less than Jake favorito?
Ah essa é fácil. É o Anthem que o producer foi o Rob Cavallo, que gravou vários discos do Green Day. Ele tinha um estilo de fazer música e foi ajuntando as pessoas, falar junto, conversa aberta, ajudou o processo de criar o som. A gente morava na mesma casa em Los Angeles, gravando, sem outras pessoas por quase 2 meses.

E quem fazia maior zona na casa?
Ah essa é fácil. O Chris. Ele é uma loucura. Mas a gente se conhece bem, somos amigos e não tem problema?

E o qual sua relação com Gainesville e com Porto Alegre?
Para mim, Gainesville é uma cidade onde eu sai de morar com os pais e viver da musica, muitas antes do Less Than Jake. É uma cidade pequena. Quando a gente fica viajando por todo mundo, é bom voltar para Gainesville porque é uma cidadezinha tudo é quietinho. É calmo estar lá. Aqui em Porto Alegre, a minha mãe está comigo. Ela nasceu em Porto Alegre e foi em 1960 e poucos 1968 para os Estados Unidos. É difícil acreditar que estou voltando para onde começou tudo. Começando o tour em Porto Alegre, não pode ser mais especial!

4.11.2007

Depois de descobrir que fui extremamente injusto com "ninguém", estou arrependido. Este blog teve sim alguns visitantes nos últimos tempos. Pelo menos três. E digo pelo menos porque além da certeza de que entro aqui, outras duas pessoas deixaram um recadinho: a jups e a carol. Fantástico!

Agora, estou empolgado, estou a imaginar quantos errantes virtuais caminharam por essas bandas nos últimos tempos. Como um dos meus defeitos ou qualidades é a ambição, já estou a achar que periodicamente pessoas entram aqui, lêem meus textos, lêem as parcas poesias, lêem e me julgam. Afinal, não existe um só ser na terra alheio à inquisição, benfeitores ou mau caráteres, todos estão aptos, dispostos e, porquê não, contentes de lançar dúvidas, comentários sobre ao desencadeamento das minhas palavras.

Mas não vou gastar esse post para fazer um libelo contra o julgamento alhures. Vou sim saudar quem ainda perde tempo para entrar nesse blog. Beijos às duas!

E lembro ainda que daqui 18 dias, show do Less than Jake.

Obs: This is the old dude Harry j. Reinolds and you’re listening to LTJ!

4.09.2007

Esse post é para as pessoas não ficarem por aí falando que morri. Até porque estou vivo. Até porque quase ninguém aparece nessa ilha virtual. E devo confessar que usar "ninguém" é uma ofensa ao ente "ninguém". O único que aparece por aqui sou eu quando não tenho absolutamente nada a fazer na Internet. Nada além de ser obrigado a ficar conectado, online, aguardando e aguardando o dia laborial se desenrolar até findar-se.

É o que faço agora. Estava sem nada a fazer quando resolvi por acaso entrar no blog do Mário Bortolotto e me encaminhar ao do Tche. Nada de nada. Vi um post sobre a Juliette Lewis, vi outro sobre uma idiossincrática rotina de um apartamento do centro de São Paulo. A rotina só é idiossincrática quando vivemos ela aos montes, repetindo cenas e cenas até que pequenos detalhes são expostos automaticamente. E ela só é idiossincrática por uma arrogância do autor que pensa uma rotina horrenda, árdua, febril, exaustiva e ofegante. Dói só de ler. E ler dói. Lembro-me de uma passagem em Sandman Vol. 1, no qual o Dr. Destino, John Dee, obriga com o rubi dos Sonhos uma garotinha lésbica a arrancar os próprios olhos com duas adágas e vislumbrar um mundo novo. Ler algumas coisas dói.

A rotina só é especial aos poetas eletrônicos e antiquados. Eu não. Como disse: se você tem a ambição de se tornar rico e burro, 50% do modelo de vida que almeja já foi alcançado. A outra parte provavelmente não conseguirá abraçar porque ser rico cabe a uma minoria extrema no país. Ou se você quer optar por ser pobre e inteligente você também alcançará só 50% porque a pobreza está por todos os lados. Em resumo: você será um classe média metido a besta, intelectualóide, com mais contas do que dinheiro no banco. Provavelmente seu ato de contrição será a exposição da sua rotina burra e idiossincrática.

Tell Everyone We're Dead
Caught without people or drink I don't know what else to thinkbut
I'm going to grow wings and sing,"amen, I'm checking out."
So withdrawing within the drawing room, drawing you.
And remember my memory was a mess when we'd undress near the dresser together
And you'd take me apart.

But then I'd say,"storms are born really far away somewhere west of LA"
where birds have kids like crazy,seagulls and turtledoves.
And remember we'd tell everyone to tell everyone we're dead.
And right now sugar and water will put me down.That's all right.I know.

PS: Acalme-se. Alguém já escreveu o que você está sentindo nesse momento, só que de um jeito mais especial e adequado do que você jamais poderá expressar em palavras.

2.06.2007

As boas coisas aparecem. Elas demoram, mas sempre aparecem. E quando aparecem, é uma felicidade imensa.

No dia 7 de janeiro, eu comecei a sentir uma dor de cabeça que evoluiu para uma dor bizarra e me impedia de dormir. Na sexta-feira, seguinte, dia 12, descobri que tinha herpes zóster. Um vírus chamado varicella-zoster responsável pela catapora nas crianças. O vírus alojou-se no ramo oftalmológico do nervo trigêmeo, causou diversas alterações no lado esquerdo da face (na testa e ao redor do olho).

Uma semana depois de tratado, as bolhas secaram e se transformaram em feridas secas que desapareceram apenas em meados da semana do dia 22. No entanto, a sensibilidade na face e no couro cabeludo continuaram.

Depois de as feridas secarem, no dia 21, o olho direito começou a lacrimejar bastante e ficar altamente fotosensível. Diagnosticou-se em 26 de janeiro que haviam aparecido duas feridas na córnea, doença conhecida por ceratite e uma das mais frequentes reações pós-herpes zóster. Tramento de oito dias com pomada de aciclovir no olho. Os sintomas começaram a desaparecer no dia 3 de fevereiro.

Hoje 6 de fevereiro, a sensibilidade e o incômodo no olho são praticamente nulos. Não me sinto incomodado a realizar nenhuma atividade. Não sei se posso voltar a jogar futebol, no entanto.

Enfim, quero só registrar que o quadro da doença levou a porra de um mês, 30 filhas da puta dias, para desaparecer. Puta que me paranhas. Não quero nunca mais na vida inteira ficar 1 mês adoentado. VAI SE FODER.

Mas é o seguinte, o ROCK NÃO DÁ TRÉGUA!!!!!

PS: Depois que a dor de cabeça bizarra desapareceu descobri que a medicina tem uma classificação de dores. As três mais intensas com a mesma amplitude são: parto, cólica renal e herpes zóster. A dor é tanta porque o vírus varicela zóster aloja-se no nervo para destrui-lo.

PS2: Apesar do nome, a herpes zóster não é a mesma doença da herpes simplex nem causada pelo mesmo vírus. Apenas a manifestação cutânea é similar.

1.28.2007

U-turn

What I say should never matter anyway
But what you do would broke my heart for sure
Do you think our sorrow would be drunken,
Or just be drowned and forgotten?

"We would be better together than alone"
It was written in the bottom of an empty bottle of wine

So I thought
My hopes, my feelings, my anguish, my antecipation
Are reminiscence of a short cut past.
But stillness takes over the aches
As forgetfulness embraces your patch

If you don't whisper as I wish you do
Breath slowly and repeatedly, then
So it can calm us down
It can burry our feelings down

My grief's no longer unrest and uneasy
As red words in a blank paper
Repent and drown in poor words
My torment has wore out.

PS: Esse é um poema que eu comecei a escrever em 23 de março de 2006. Novamente, o resultado foi uma bosta. Então decidi reescrevê-lo. O resultado é o que você, leitor imaginário, acabou de ler.

1.27.2007

Não sei se alguém ainda lê a merda desse blog. Mas, preciso deixar algo atualizado.

No dia oito de julho de 2004, eu publiquei as duas últimas cenas da peça que escrevi com o título inicial de "Lendo Manuel Bandeira sob a chuva", mas que acabou por se chamar "Faltou um Elvis no nosso Rock n Roll".

Enfim, há quase dois anos não gosto da solução final que escrevi. Naquele julho de 2004, o personagem principal, Pedro, fugia para a França para não encarar a namorada Júlia e o amor nascente pela ex, Clara. Sempre achei o final irreal e demais forçado. A França nunca é a opção de ninguém que tem um novo amor pela frente ou quer acabar com uma namorada. Nem a pior das comédias românticas de Hollywood escolhe solução tão boçal como essa.

Hoje decidi que daria uma nova solução. Mudei o nome dos personagens, manti apenas o de Pedro. Clara virou Roberta e Júlia, Melissa. Cortei a cena em que Pedro e Roberta (Clara) praticamente se declaram porque vejo a personagem de Roberta como o fio da meada, é a amiga, e amigas não podem ser vistas como solução amorosa (talvez para outra trama). Usei a mesma entrada da última cena e desenvolvi um Pedro cheio de dúvidas mas demonstrando intenção de continuar o romance com a namorada. A cena acaba com uma Melissa (Júlia) caminhando na contramão de Pedro. O que ele vê como solução, ela encara como problema. E o resultado foi o abaixo.

Cena Nove Pedro e Melissa estão jantando a luz de velas

Pedro: Eu gosto de você, mas às vezes eu pareço um idiota. Sempre tentando parecer inteligente, quando, na verdade, te trato mal. Depois de tanto tempo, as coisas tornaram-se banais, só que não deveriam ser assim. Parece que não estamos mais sintonizados. Puta que pariu, estou de saco cheio de sair à rua acuado e achar que a minha vida não vai dar certo, ou que minha vida é um seriado e que no final tudo vai dar certo: viverei num mar de rosas, imerso num verdadeiro romance com Frank Sinatra de trilha sonora. Mas as coisas na vida real não são assim.
Não sei como posso ficar contigo se eu odeio suas palavras mal tratadas de vinho barato numa noite de sexo. Ao mesmo tempo não sei ficar sem o seu mal-humor, sem sua reclamação sobre meus palavrões que uso para amaldiçoar um ataque mal concluído, uma defesa mal feita ou um juiz safado quando assisto a um jogo do Palmeiras. Você faz falta demais sem sua imponência, sua altivez, sua maneira de deixar tudo triste e alegre ao mesmo tempo. Eu adoro o jeito que você faz da minha vida um inferno, quando estou num marasmo preguiçoso. Eu adoro o jeito que a gente trepa, eu adoro o jeito que você segura seus gritos de prazer. Eu adoro como seus olhos mudam de cor à noite. Eu adoro a maneira como uma luz artificial incide sobre sua face e destaca suas bochechas rosadas. É complicado te agüentar reclamando do cabelo e da pedicure, que sempre não apara direito suas cutículas. Mas eu adoro seu toque com as unhas feitas, cheio de carinho, paixão, ternura, um tocar lascivo, impudico, carnal.
Melissa: O que você está querendo dizer com tudo isso?
Pedro: Eu quero dizer que, em algum momento, a gente se perdeu pelo caminho da vida.
Melissa: Como assim?!?
Pedro: Estou tentando entender isso também. Não sei bem ao certo. Eu gosto de você, eu te amo, você é importante demais na minha vida para te deixar esvair-se ao vento.
Melissa: Você ficou louco? Você está pensando em acabar comigo
Pedro: Não mesmo. Não mesmo (tentando fazer-se crer em sim mesmo).
Melissa: Ta vendo só, nem você acredita em si mesmo. Pedro o que está acontecendo?
Pedro: Porra, Melissa, eu é que te pergunto o que está acontecendo. Meu Deus, estava tudo nas mil maravilhas entre nós. De repente você surta e tudo fica esquisito. Porra, tudo isso me deixou confuso e quer saber: sim, estou pensando em acabar contigo. E sabe por que? Porque se nós dois não conseguimos verbalizar a porra do que estamos sentindo um pelo outro, o que está incomodando, o que nos afeta, o que nos dá calafrio, então é porque realmente não devemos ficar juntos.
Melissa: É eu também acho. Mas sabe por que a gente deveria acabar? Porque você é um imbecil, um filho da puta arrogante e idiota.
Melissa tenta ir embora, mas Pedro agarra os braços de Melissa e não a deixa.
Pedro: Boas palavras, eu não poderia escolher melhor. Acalme-se
Melissa: Acalme-se a puta que o pariu.
Pedro: Por favor, não inclua a minha santa mãe nessa sua boca suja.
Melissa: Vai se foder.
Pedro: Melissa, eu quero te dizer uma coisa. E se você realmente continuar com raiva de mim, nós terminamos a noite e cada um de nós seguirá o caminho pré-estabelecido.
Melissa: Fala logo, então.
Pedro: Dia desses, li uma carta de um autor de peças e achei foda o texto que ele escreveu para a namorada. Era alguma coisa parecida com isso: “Em um relacionamento não tem esse negócio de mar de rosas. É tudo muito foda, foda mesmo. Porra, mas se no final do dia a gente agüentar o tranco já valeu a pena. Simples assim.”
Melissa: Simples assim?
Pedro: Acho que sim. Chegou um momento em que passei a me questionar se o dia valia a pena.
Melissa: E qual conclusão você alcançou?
Pedro: Não tenho certeza. Mas tudo me diz que estar com você vale a pena. E preciso estar ao seu lado para ter certeza.
Melissa: Como assim? Você não tem certeza? Se você não tem certeza, você é um babaca!
Pedro: Isso é bom. Não ter certeza, significa que nossas vidas não atingiram o momento da certitude planificada, da rotina previsível. Significa que estamos criando um caminho comum que se adapta às nossas necessidades.
Melissa: Isso é bonito, mas um pouco piegas... Não sei muito bem. Tenho dúvidas.
Pedro: Isso é bom, Melissa.
Melissa: Não, Pedro, não é. Entregar-se a alguém é muito bom, amar alguém é melhor ainda. Sentir que uma pessoa se importa contigo só por paixão, tesão, amor é a melhor sensação possível. E isso deixa a gente até um pouco inebriado. Por isso namorar é muito rock!!!
Pedro: Muito rock, você está louca?
Melissa: E apesar de a gente estar juntos há quase um ano, tivemos de levantar muita pedra para chegar ao rock, quer dizer, os Rolling Stones não chegaram a ser o que são se não tivesse existido um Louie Armstrong, os Sex Pistols nunca teriam existido se antes não surgissem os Beatles, The Who. Assim como o Minor Threat não existiria sem os Ramones, e o Fugazi, Beastie Boys sem o Minor Threat. O Nofx não seria nada sem o Descendents. E tudo isso não existira se um cara lá atrás que tocava um piano fuleiro ou um menestrel não tivessem tocado os primeiros acordes dissonantes do mundo.
Pedro: Ã? Para construir um relacionamento profundo com raízes sólidas somos obrigados a passar por várias etapas, assim como o rock cresceu a partir da música clássica, do jazz e do blues. É isso?
Melissa: Mais ou menos. Será que a gente queimou etapas?
Pedro: Não sei. Mas quero ter mais tempo ao seu lado para ter certeza de tudo.
Melissa: Você não acha nosso relacionamento superficial?
Pedro: Lógico que não. Ficam ambos calados por alguns minutos.
Pedro: Você acha?
Melissa: Um pouco. Será que faltou alguma coisa?
Pedro: Não sei.
Melissa: Deve ter faltado alguma coisa.
Pedro: Acho que faltou um Elvis...
Melissa: E nós insistimos demais em ouvir Wynton Marsalis...
Pedro: Mas valeu a pena.