MCA deu uma entrevista para a Folha hoje. Entre outras coisas, ele diz que as bases das músicas de "The Mix Up" foram concebidas para ter vocais por cima. Como já disse aí embaixo, uma das faixas, "Off the Grid", caberia perfeitamente a voz estridente do Adrock, como em Sabotage. A entrevista tem partes que valem a pena outras não. A crítica é ridícula. Até porque quem leu a minha resenha, está muito mais informado sobre "The Plan".
Quem não teve oportunidade de ler a matéria, segue ela aí embaixo:
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Garotos tangerina
Trio Beastie Boys deixa o rap e faz CD instrumental influenciado por Mutantes e pelo suco de mexerica de um boteco do Rio
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA
Nada de samples, toca-discos ou baterias eletrônicas. E, principalmente, nada de rap. Assim é "The Mix-Up", novo disco do Beastie Boys, que surpreende os fãs com um álbum instrumental do início ao fim.
Não bastasse a inusitada falta de rimas, "The Mix-Up" tem um algo a mais para os brasileiros. Uma das músicas se chama "Suco de Tangerina"-frutinha que está retratada também na capa do CD.Marcada por riffs de guitarra e reverberações de dub, "Suco de Tangerina" ganhou este nome após o trio experimentar o tal refresco em uma lanchonete carioca durante sua passagem pelo Brasil, no ano passado.
A iguaria já havia sido exaltada por eles durante a apresentação no Tim Festival, mas há outros mistérios por trás da faixa do que só a fruta: "Essa música é dedicada à Brigitte Bardot e Jorge Ben", falou Adam "MCA" Yauch à Folha."Quando estávamos no Rio, fomos a um lugar chamado "BB Lanches" [casa de sucos em Ipanema], que fazia uns lanches enormes", lembra MCA. "Descobrimos que o lugar se chamava "BB" porque Brigitte Bardot costumava almoçar lá quando estava na cidade. E descobrimos também que ela teve um "affair" com Jorge Ben! Então, "Suco de Tangerina" foi feita para Bardot e Jorge Ben."
A empolgação com a "descoberta" foi tanta que, segundo MCA, eles pensaram até em batizar o disco de "BB Lanches", idéia abandonada posteriormente -mas que não seria nada mal..."The Mix-Up" (leia crítica na pág. E2) traz outras referências nacionais que vão além da gastronomia. A composição "14th St. Break", por exemplo, tem uma pegada de bateria que lembra a percussão do samba."Ouvimos muita música brasileira", confirma MCA. "Há alguma influência de samba, mas o que mais escutamos foi bossa nova e canções antigas, lentas. E, claro, há a psicodelia dos Mutantes", diz ele.
Quando começou a gravar, há cerca de um ano, o trio não tinha a intenção de fazer um CD instrumental, afirma MCA."Nosso último lançamento, "To the 5 Boroughs" [2004] era totalmente hip hop, com samples, programações, seqüenciadores, sintetizadores, baterias eletrônicas", detalha. "Nesse, a primeira coisa que começamos a registrar foram os instrumentos. Queríamos fazer um mix entre eles e os beats.
"No estúdio, os três rappers, Mike D (bateria), MCA (baixo) e Adam "Ad Rock" Horovitz (bateria), juntaram-se ao quarto Beastie Boys, o tecladista Mark Nishita, o Money Mark, e ao percussionista Alfredo Ortiz -ambos colaboradores de longa data-, iniciando sessões de improvisação marcadas por climas psicodélicos, rock e dub."A idéia era gravar as bases instrumentais e, depois, colocar os vocais", recorda MCA. "Mas, quando começamos a retrabalhar as músicas, achamos que elas estavam muito boas e decidimos terminar o disco sem as vozes."
Sétimo trabalho de estúdio da banda -que tem ainda uma leva de EPs, singles etc.-, "The Mix-Up" não é o primeiro disco instrumental do Beastie Boys. Em 1996, eles lançaram "The in Sound from Way Out!", coletânea que reunia faixas sem vocais retiradas dos álbuns "Check Your Head" (1992) e "Ill Communication" (1994).
Espírito retrô
Por trás de "The Mix-Up", no entanto, há um conceito que MCA define como "a falta de regras" e o "uso de equipamentos que marcaram os anos 70 e início dos 80". Assim, a maior parte das faixas foi feita ao vivo, em jam sessions, e, as interferências, resumem-se a "overdubs" (trechos de gravações incluídos após a música pronta).A sonoridade, diz ele, tem influências dos já citados Mutantes, além do dub de Lee Perry e King Tubby, e de bandas como The Clash, The Specials, Silver Apes e Can, entre outros.E eles voltarão a rimar? "Claro", garante MCA. "Finalmente colocamos esse álbum instrumental para fora de nossas cabeças. Voltaremos às rimas."
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Quem não teve oportunidade de ler a matéria, segue ela aí embaixo:
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Garotos tangerina
Trio Beastie Boys deixa o rap e faz CD instrumental influenciado por Mutantes e pelo suco de mexerica de um boteco do Rio
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA
Nada de samples, toca-discos ou baterias eletrônicas. E, principalmente, nada de rap. Assim é "The Mix-Up", novo disco do Beastie Boys, que surpreende os fãs com um álbum instrumental do início ao fim.
Não bastasse a inusitada falta de rimas, "The Mix-Up" tem um algo a mais para os brasileiros. Uma das músicas se chama "Suco de Tangerina"-frutinha que está retratada também na capa do CD.Marcada por riffs de guitarra e reverberações de dub, "Suco de Tangerina" ganhou este nome após o trio experimentar o tal refresco em uma lanchonete carioca durante sua passagem pelo Brasil, no ano passado.
A iguaria já havia sido exaltada por eles durante a apresentação no Tim Festival, mas há outros mistérios por trás da faixa do que só a fruta: "Essa música é dedicada à Brigitte Bardot e Jorge Ben", falou Adam "MCA" Yauch à Folha."Quando estávamos no Rio, fomos a um lugar chamado "BB Lanches" [casa de sucos em Ipanema], que fazia uns lanches enormes", lembra MCA. "Descobrimos que o lugar se chamava "BB" porque Brigitte Bardot costumava almoçar lá quando estava na cidade. E descobrimos também que ela teve um "affair" com Jorge Ben! Então, "Suco de Tangerina" foi feita para Bardot e Jorge Ben."
A empolgação com a "descoberta" foi tanta que, segundo MCA, eles pensaram até em batizar o disco de "BB Lanches", idéia abandonada posteriormente -mas que não seria nada mal..."The Mix-Up" (leia crítica na pág. E2) traz outras referências nacionais que vão além da gastronomia. A composição "14th St. Break", por exemplo, tem uma pegada de bateria que lembra a percussão do samba."Ouvimos muita música brasileira", confirma MCA. "Há alguma influência de samba, mas o que mais escutamos foi bossa nova e canções antigas, lentas. E, claro, há a psicodelia dos Mutantes", diz ele.
Quando começou a gravar, há cerca de um ano, o trio não tinha a intenção de fazer um CD instrumental, afirma MCA."Nosso último lançamento, "To the 5 Boroughs" [2004] era totalmente hip hop, com samples, programações, seqüenciadores, sintetizadores, baterias eletrônicas", detalha. "Nesse, a primeira coisa que começamos a registrar foram os instrumentos. Queríamos fazer um mix entre eles e os beats.
"No estúdio, os três rappers, Mike D (bateria), MCA (baixo) e Adam "Ad Rock" Horovitz (bateria), juntaram-se ao quarto Beastie Boys, o tecladista Mark Nishita, o Money Mark, e ao percussionista Alfredo Ortiz -ambos colaboradores de longa data-, iniciando sessões de improvisação marcadas por climas psicodélicos, rock e dub."A idéia era gravar as bases instrumentais e, depois, colocar os vocais", recorda MCA. "Mas, quando começamos a retrabalhar as músicas, achamos que elas estavam muito boas e decidimos terminar o disco sem as vozes."
Sétimo trabalho de estúdio da banda -que tem ainda uma leva de EPs, singles etc.-, "The Mix-Up" não é o primeiro disco instrumental do Beastie Boys. Em 1996, eles lançaram "The in Sound from Way Out!", coletânea que reunia faixas sem vocais retiradas dos álbuns "Check Your Head" (1992) e "Ill Communication" (1994).
Espírito retrô
Por trás de "The Mix-Up", no entanto, há um conceito que MCA define como "a falta de regras" e o "uso de equipamentos que marcaram os anos 70 e início dos 80". Assim, a maior parte das faixas foi feita ao vivo, em jam sessions, e, as interferências, resumem-se a "overdubs" (trechos de gravações incluídos após a música pronta).A sonoridade, diz ele, tem influências dos já citados Mutantes, além do dub de Lee Perry e King Tubby, e de bandas como The Clash, The Specials, Silver Apes e Can, entre outros.E eles voltarão a rimar? "Claro", garante MCA. "Finalmente colocamos esse álbum instrumental para fora de nossas cabeças. Voltaremos às rimas."
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