5.13.2004

Por el suelo, Manu Chao

Por el suelo hay una compadrita
Que ya nadie se para a mirar
Por el suelo hay una mamacita
Que se muere de no respetar
Patchamama te veo tan triste
Patchamama me pongo a llorar...
Esperando la ltima ola
Cudate no te vayas a mojar
Escuchando la ltima rola
Mamacita te invito a bailar...
Por el suelo camina mi pueblo
Por el suelo hay un agujero
Por el suelo camina la raza
Mamacita te vamos a matar...
Esperando la ltima ola
Patchamama me muero de pena
Escuchando la ltima rola
Mamacita te invito a bailar...
Por el suelo camina mi pueblo
Por el suelo moliendo condena
Por el suelo el infierno quema
Por el suelo la raza va ciega...
Esperando la ltima ola
Patchamama me muero de pena
Escuchando la ltima rola
Mamacita te invito a bailar...

5.11.2004

Cena dois.

Júlia: Acho que fui insensível.
Clara: Mas você saiu da casa dele do nada? Ele te recita um poema tão lindo e você vai embora?
Júlia: Não era um poema!
Clara: Faz diferença?
Júlia: Sei lá, acho que sim.
Clara: Eu não te entendo!
Júlia: Olha, eu sei que não faz diferença. Mas com o Pedro é diferente. Ele não é muito bom com as palavras, ele tenta e às vezes consegue escrever alguma coisa bonitinha. Ah sei lá...
Clara: Sério, você não está fazendo sentido. Eu sei que o Pedro pode ser difícil, ele é muito egoísta às vezes, mergulha de cabeça num sentimento e acha que encontrou a razão para ele viver. Mas acho deveria dar-lhe crédito. Afinal, vocês estão juntos há quase um ano e, na cabeça dele, tenho certeza que são 5.
Júlia: Dar-lhe?
Clara: Chama-se ênclise. Estou tendo aulas particulares de português.
Júlia: Legal.
Clara: Mas, enfim, o Pedro só quer mostrar para você qual a sua importância na vida dele.
Júlia: Eu sei. Mas é que eu fico com medo de apaixonar-me por um cara como ele.
Clara: Bonito. Está aprendendo a colocação pronominal!
Júlia: Obrigada. O Pedro é o tipo do cara que fala um milhão de palavras com um gesto simples, que diz as coisas mais belas usando gírias e falando palavrão. Quando ele elabora muito um pensamento só sai merda. E dessa vez pareceu tão elaborado e não saiu merda. Foi tão lindo.
Clara: Com direito a Manuel Bandeira, que eu adoro.
Júlia: Pois é. E tem outra coisa. Ao mesmo tempo em que ele parece ter feito algo sem precedentes, ele usa um artifício banal. Você sabe como ele é, para todas as meninas que ele saiu, comeu, ou se apaixonou há uma música.
Clara: E a sua demorou para vir. Precisou dar para ele quantas vezes?
Júlia: Isso não importa. (abrindo um sorriso). Eu até já começava a achar que ele nunca faria uma música para mim. Na verdade, eu queria que ele não fizesse uma música para mim.

Fim da cena dois.

5.10.2004

Estou escrevendo um folhetim em forma de diálogo, pensado para ser o roteiro de uma peça de teatro. O título, como já perceberam, mudou diversas vezes. O último definitivo-provisório é "Lendo Manuel Bandeira sob a chuva". A cada três dias eu vou publicar uma cena. A primeira é essa que segue na mensagem abaixo.
Ah, hoje estréia a sessão de links. Ali, encontrarão uns blogs e fotologs bem bacanas, além do link para a página da Naomi Klein, No Logo.