4.25.2007

Hoje publiquei matéria sobre a turnê do Less than Jake no Brasil com uma entrevista com o Roger, baixista e vocalista da banda. Como não usei grande parte do material da entrevista, vou postá-la aqui em forma pingue-pongue. A entrevista foi feita pelo telefone. Eu, em Brasília, o Roger, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

E aí, Roger, tudo bem?
Tudo. Estou um pouco cansado, dormi muito pouco.

Chegou no Brasil hoje?
Sim, hoje de manhã. Vim ontem de noite da Florida.

Qual é a expectativa de tocar no Brasil pela primeira vez?
Parece demais. Nós nunca tivemos oportunidade de vir pro Brasil. Nunca ninguém nos chamava para vir. Estávamos procurando alguém para vir porque a gente sempre toca na Inglaterra, no Japão e nunca no Brasil. Todo mundo que a gente conversava falava que era demais. A gente só estava esperando o nosso tempo chegar.

Antes de começarmos a entrevista, gostaria de saber como você aprendeu a falar português?
Eu nasci nos Estados Unidos, mas os meus pais são de Porto Alegre. Nasci falando português. Eu estou sem prática e às vezes fica difícil falar e entender, mas toda minha vida falo português.

E como você entrou para o Less than Jake?
Eu entrei na Universidade da Florida, que fica em Gainesville, para estudar e eu conheci o Chris (Demakes, guitarrista). Ele tinha uma bandinha, e eu tocava guitarra. Ele me convidou para fazer um barulhinho. Comecei a tocar na mesma semana. Foi quando o Chris me disse: “Não estamos afim do baixista, você vai comprar um baixo e entrar para a banda”. Eu disse: “Vou tentar”. E começamos a tocar bastante, em clubs por toda a Florida. Depois começamos a viajar. Em, 1995 quando eu sai do colégio (faculdade) fizemos os primeiros contratos de disco fizemos o “going on tour”.

Você chegou a se formar na Universidade?
Não cheguei nem perto.

E qual curso você estudou?
Química, mas trocar pelo baixo foi a escolha melhor.

E como você acha que os brasileiros vão reagir ao show do Less than Jake?
Eu conversei com os amigos do Nofx e eles disseram que o Brasil é uma loucura, todo mundo é feliz. Acho que vai ser legal, nós tenta ter comprometimento com o público e sabemos que eles vão deixar os problemas em casa. Vai encaixar o jeito nosso com as pessoas, para nós tentar se divertir.

Vocês prepararam alguma coisa específica para os fãs brasileiros?
Especifica não. Eu estava pensando em cantar em português, para dar idéia de que eu sei falar português.

E o set list do show vai ser baseado em qual álbum?
Vai ser misturado. Não vai ser só do disco mais novo, não, vai ter mistura. Tem mais de 130 sons que sabemos tocar.

Como no show que vai ser feito em Londres em setembro desse ano?
Esse show dos seis discos a gente já fez na Flórida. Levou uma semana para a gente ensaiar tudo. Tinha aqueles letras que faz anos que a gente não tocava e nem se lembrava mais. Agora temos 130 sons ensaiados. E está bem gozado, agora a gente lembra de tudo, podemos tocar qualquer coisa. Eu agora sinto que bateu a realidade, que estamos juntos há 15 anos. Tudo isso aconteceu.

E como você recebeu a história da Kerrang de colocar o Hello Rockview na lista dos discos mais importantes da história do punk rock?
A Kerrang sempre tratou muito bem a gente.Os shows que a gente faz na Inglaterra são sensacionais e isso não aconteceu para nós em casa. Nós não estamos nessa lista nos Estaod Unidos. Não é considerado uma banda desse tamanho, o Less than Jake, em casa. A Inglaterra é legal. Lá, eles nunca tocaram tanto a gente nas rádios, não houve um forte trabalho de media label, como nos Estados Unidos. Então, quando vamos para lá parece que é uma banda nova e temos a oportunidade de aparecer bastante.

E como você compararia a sua expectativa sobre os brasileiros, quer dizer, eles vão ser mais parecidos com os americanos ou com os ingleses?
Como o público inglês e no Japão. Vai ser uma sensação de loucura, o pessoal lá é acelerado e tá sentindo a música. A turma vai dançar bem, também.

E o que seus amigos que já tocaram aqui disseram do Brasil?
Das gurias. Eu conversei também com o Bad Religion que é uma baita banda. A maioria dos amigos, ficam de boca aberta que a gente vai tocar no Brasil, quer dizer, o Brasil é tão enorme.

Você conhece alguma banda brasileira?
Não conheço, estou por fora das músicas de hoje. Estou escutando punk de 10 anos atrás.

Qual é o disco do Less than Jake favorito?
Ah essa é fácil. É o Anthem que o producer foi o Rob Cavallo, que gravou vários discos do Green Day. Ele tinha um estilo de fazer música e foi ajuntando as pessoas, falar junto, conversa aberta, ajudou o processo de criar o som. A gente morava na mesma casa em Los Angeles, gravando, sem outras pessoas por quase 2 meses.

E quem fazia maior zona na casa?
Ah essa é fácil. O Chris. Ele é uma loucura. Mas a gente se conhece bem, somos amigos e não tem problema?

E o qual sua relação com Gainesville e com Porto Alegre?
Para mim, Gainesville é uma cidade onde eu sai de morar com os pais e viver da musica, muitas antes do Less Than Jake. É uma cidade pequena. Quando a gente fica viajando por todo mundo, é bom voltar para Gainesville porque é uma cidadezinha tudo é quietinho. É calmo estar lá. Aqui em Porto Alegre, a minha mãe está comigo. Ela nasceu em Porto Alegre e foi em 1960 e poucos 1968 para os Estados Unidos. É difícil acreditar que estou voltando para onde começou tudo. Começando o tour em Porto Alegre, não pode ser mais especial!