10.04.2007

Eu gosto de treta. Nessa eu estava protegendo a Cauzinha, minha patroa.

10.01.2007

Indignação fuleira

Hoje a Folha publicou um artigo do Luciano Huck sobre a violência em São Paulo. Ele verbalizou toda sua indignação por ter sido assaltado à mão armada. Dois meliantes levaram um rolex que estava no seu pulso; presente de aniversário da esposa.

No artigo, ele deixa implicito que este foi seu primeiro assalto. Ele tem 36 anos. Eu digo que bom. Teve sorte. Eu já fui assaltado 35298891203 vezes. Já botaram um .38 na minha barriga num ônibus lotado indo pro Mackenzie por causa de um relógio... não era um rolex, era um timex. Já levaram dinheiro, outro relógio, bonés diversos...

O Luciano Huck deveria estar sentindo-se aliviado de ter passado por esse estresse só uma vez. Cansei, peidei? No Brasil do Rolex, ele deveria sentir que participou da verdadeira distribuição de renda num país pobre e não sair ai dizendo que "isso não está certo".
Eu sou jornalista. Trabalho no Palácio do Planalto fazendo a corbertura diária do G1, o site da TV Globo. Minhas atribuições são ficar atento aos passos do presidente da República, da chefe da Casa Civil, do ministro das Relações Institucionais, da Secretaria Geral e do Ministério das Relações Exteriores. Sou o que o jargão da cobertura de Brasília chama de "setorista do Palácio". Como fico fora da redação ou fora do "escritório", meus colegas de trabalho são profissionais de outros veículos (Globo, Folha, Estadão, Radiobras, Agência Leia, Record, SBT, Bandeirantes, CBN, Terra, etc etc).
O mais engraçado é que o ambiente, com cerca de 20 jornalistas, é dominado por gaúcho. É impressionante. Os três principais jornais (Globo, Folha e Estadão) têm "setoristas" gaúchos, aliás gaúchas. Existem apenas dois paulistas, eu e o outro repórter do Globo (o jornal carioca é o único que engessa dois jornalistas aqui no Planalto). O restante é de outros estados (Santa Catarina, Rio de Janeiro, etc). Candangos e goianos são ampla minoria.
Aqui se ouve sotaque de tudo quanto é lugar.