7.18.2007

Dia seguinte ao acidente aéreo da TAM, em Congonhas. Eu tenho certo receio de viajar de avião. Fico apreensivo e um tanto nervoso. Os sintomas são redução da respiração, sudorização e aumento da freqüência cardíaca, ou seja, clássicos do nervosismo. Em Brasília, somos obrigados a voar frequentemente. Alguns colegas que tinham passagem marcada para São Paulo, justamente em Congonhas, estão trocando para Guarulhos. Eu fico me questionando se a saída seria justamente jogar a toalha e não voar nunca mais. Eu também recorro ao seguinte senso comum: se a solução para não se envolver em acidente é não utilizar mais o meio de locomoção, eu deveria desistir de dirigir, de andar de ônibus ou eventualmente navio. Isso é simplesmente ridículo. Se eu desistir de me locomover rapidamente ou em velocidade normal de um ponto A a um ponto B, eu simplesmente deveria desistir de viver ou trabalhar. Não é um acidente como esse ou como o da Gol em setembro do ano passado que me fará desistir de voar (obviamente, isso não quer dizer que estarei mais ou menos nervoso quando entrar num avião, aliás, provavelmente estarei mais).

O meu medo é que a rotina acomodada nos leve a aceitar a situação como normal, que é o que já acontece com o transporte rodoviário, e contentar-se com explicações de que a pista de Congonhas estava inacabada, que algum equipamento do Airbus 320 falhou ou que o piloto errou ao tomar alguma decisão no momento crucial. Acidentes desse tipo são inaceitáveis. Dois acidentes aéreos com um intervalo de cerca de 10 meses é inaceitável. A situação da aviação aérea beira o caos. Os problemas vão desde a malha aérea até a busca excessiva ou descontrolada por dinheiro e riqueza pelas companhias aéreas. A administração pública em todos os três níveis devem fazer uma ampla checagem em todos os aeroportos do país, na aparelhagem do controle aéreo e se disponibilizar a tomar medidas polêmicas e impopulares como: redução dos números de vôos, restrição do uso de Congonhas e Santos Dumont e inspeção de qualidade nas empresas aéreas.

Hoje fiquei sem vontade de escrever sobre música.

1 comentário:

Thiane disse...

Ai, esse negócio deixou todo mundo deprê. Enquanto a corrupção no País ficava restrita ao bolso dos parlamentares, tdo bem. Mas agora está matando gente. Beijos