10.13.2007

Eu não sou fã bizarro de quadrinhos. Gosto de um ou outro super-herói. Já li Spirit, X-Men, Homen-Aranha, Batman, Sandman, Preacher, The Originals, etc etc. Sou fã do Batman. De todos, é o único que não tem superpoderes, não nasceu em outra galáxia, e, tampouco, é um mutante com força sobre-humana.

Não, o Batman é um cara puto da vida porque os pais foram assassinados num assalto. A raiva do episódio o transformou numa máquina de combate ao crime, viabilizada por seus “brinquedinhos” tecnológicos, não por poderes bizarros, frutos, somente, da imaginação ridícula de um nerd roteirista de quadrinhos.

Mas esse post, na verdade, não é para falar da minha predileção pelo Batman, mas para dizer que uma vez escrevi uma música chamada “Supermouse”, que tinha pouco mais de trinta segundos, e saiu numa coletânea de 101 bandas pela Oba Records, disponível somente em catálogo.

A letra falava sobre a vontade de me tornar Super-Homem para voar em direção à Felizlândia porque era complicado encarar a vida de maneira madura e responsável. Enfim, a velha e conhecida síndrome de Peter Pan antes do tempo. Mas esse tempo se foi e a responsabilidade veio, parida com dor, a fórceps de uma buceta apertada que não tava pronta para virar mãe e pai simultaneamente.

Enfim, a responsabilidade veio madura de uma hora para outra e cresceu em meio a uma ressaca filha da puta de vinho argentino barato. É uma responsabilidade ranzinza, reclamona, daquelas que espanta todo mundo de casa a chutes e palavrões.

Mas não sou mal-humorado, pelo contrário, levo tudo na esportiva e tento não encanar com nada. A única coisa que me deixa triste e fulo da vida é quando decepciono alguém que deveria apenas levar alegria e satisfação.

Ao contrário do que possa parecer esse post, não me considero igual ao Batman. Isso seria, simplesmente, ridículo. A comparação com algo irreal desenhada e burocrática seria reflexo de uma imbecilidade imponderável.

Esse é um post para falar de muitas coisas e não falar de absolutamente nada. Ser superficial e profundo ao mesmo tempo. Como Einstein disse uma vez: “Imagination is more important than knowledge”. E tenho dito.

PS: A série Batman dos anos 1960 não é considerada uma versão do herói. É uma obra pastel (pela cor e conteúdo), descaracterizada, que traz um ícone homo-gay. E em nada reflete o gastado vigilante que vê a raiva crescer a cada adversário derrubado.

Sem comentários: